Arranjos bem acabados e potentes, com franco equilíbrio entre os instrumentos, front sólido, naipe de sopro e piano aguçados na retaguarda; letras concisas, sutileza nas mensagens. Ou, como definir, num texto, uma banda que rejeita definições? Com identidade marcante, a banda EnFrente é resultado do encontro de dois amigos que se despiram de certas certezas e confortos para ir em busca do que interessa de fato, no caso, para a dupla, a música. Atravessaram fronteiras, viveram vida de imigrante, colecionaram histórias.
Voltaram para casa com uma bagagem grande, ideias e inspirações que não cabiam em malas: definitivamente, a dupla queria mais, queria música! Por isso foram em busca de mentes afins, amantes da música, como eles e, pelo caminho, encontraram talentos com quem dividir o palco, mas principalmente somar. Assim nasceu a banda Enfrente, que passeia livremente entre o groove, a nova MPB e o blues.
Fortemente Inspirada pelo movimento da Contracultura, além de referências como a Lira Paulistana, Itamar Assumpção e os Inocentes, ao lado de ritmos regionais brasileiros, a banda Enfrente traz uma pegada contemporânea ao espírito tropicalista vigente nas mentes e corações.
Flertando com suas referências musicais, sim, mas buscando criar sua própria identidade, os artistas, músicos profissionais, vale destacar, imprimem em suas composições uma visão musical bastante particular, o que chamou a atenção de Ricardo Cristaldi, renomado produtor musical que assina a produção do Vem da Alma.
Sobre o disco, Cristaldi ressalta os arranjos que soam suaves, flats, dando importância e relevância proporcionais a cada instrumento. “O resultado é um som suingado e dançante, por vezes etéreo, mas com o pé fincado ao chão”, conclui.